Seul – A economia coreana deverá expandir-se em cerca de 5,2% em 2010, segundo dados divulgados em meados do mês de abril pelo Banco Asiático de Desenvolvimento Econômico (ADB), movida por avanços expressivos nos setores de investimentos empresariais, exportações e consumo interno. Ao mesmo tempo, o banco regional com sede em Manila previu uma taxa inflacionária para o exercício de apenas 3%.

De acordo com o relatório do ADB, o superávit comercial coreano para 2010 será de US$ 37 trilhões, o consumo privado crescerá 5% em base anual, ao passo que os investimentos empresariais crescerão na ordem de 10% no primeiro semestre de 2010 e de 5% no segundo. O déficit fiscal do país ficará na casa dos 3%.

No ano passado, a economia coreana registrou um crescimento apenas nominal de 0.2%, como resultado da crise econômica e financeira global, tendo reagido positivamente a um pacote de estímulos governamentais da ordem de US$ 25 bilhões e assim ficado dentre as poucas incólumes ao turbilhão.

Em meio às boas notícias decorrentes das previsões positivas do ADB, o setor exportador coreano tem manifestado com vigor suas grandes preocupações com relação à apreciação da moeda local, o Won, face ao dólar norte-americano, que atingiu 4.9% em 2010, segundo dados do Banco da Coreia.

O banco central do país estima que o superávit comercial da Coreia decresça em aproximadamente US$ 7 bilhões e o crescimento econômico retrai 0.4% sempre que o Won aprecia-se 10% contra o dólar norte-americano. No ano corrente, a taxa de câmbio do Won contra a moeda americana caiu de 1172 para 1107, em 15 de abril.

Se os números das projeções de desempenho econômico assemelham a Coreia ao Brasil, para 2010, de resto as diferenças entre os dois países são enormes. Com um pequeno território, equivalente ao do Estado do Paraná, a Coreia é pobre em recursos naturais. Ademais, o país tem problemas políticos decorrentes da divisão do território nacional em dois, que persiste desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Persiste tecnicamente um estado de guerra.

Em contrapartida, a Coreia tem uma população com virtudes tradicionais já sedimentadas em sua cultura, como a disciplina, e um alto nível educacional, que promove o grande desenvolvimento tecnológico. De fato, a Coreia tornou-se um dos grandes pólos mundiais em tecnologias diversas como, por exemplo, na área ambiental, de saneamento, de transportes, de engenharia, de tecnologia de informação.

A Coreia é um país com economia complementar à brasileira e que oferece inúmeras oportunidades para cooperação empresarial com benefícios recíprocos. No momento em que o principal motor de crescimento da economia mundial encontra-se na Ásia, os agentes econômicos brasileiros devem atentar para a economia coreana e seu setor empresarial.