Prezadas Senhoras e Senhores,
Brasil e China são duas das potências emergentes de maior projeção no mundo atual e não apenas mantém uma importante parceria nas áreas de cooperação política, tecnológica e de comércio internacional, mas são igualmente líderes de amplos setores dos interesses dos países em desenvolvimento.
De fato, Brasil e China têm uma visão muito semelhante nos foros políticos internacionais. As constituições de ambos os países promovem e asseguram os mesmos valores como a política externa independente; não intervenção; solução pacífica dos conflitos; coexistência pacífica e colaboração; promoção da paz mundial; igualdade entre os Estados; os direitos humanos, etc.
As ações políticas internacionais de Brasil e China nos diversos foros internacionais são quase sempre no mesmo sentido e de comum acordo, já há muitos anos. A acessão da China à Organização Mundial do Comércio (OMC) ocorrida em dezembro de 2001 veio a reforçar a posição dos países em desenvolvimento, postulada há muitos anos pelo Brasil, juntamente com a Índia.
No comércio internacional, a China já é o principal parceiro do Brasil, e o Brasil é o principal parceiro da China na América Latina. Para alguns produtos, o Brasil já é o segundo maior importador da produção chinesa, enquanto a China é o principal importador de diversos itens da produção nacional brasileira.
A natureza complementar das economias brasileira e chinesa assegura a continuidade dos interesses comerciais recíprocos entre Brasil e China. Da mesma maneira, a cooperação política entre os dois países far-se-á sempre mais necessária, para a reformulação da injusta ordem internacional e dos organismos multilaterais, de maneira a se assegurar uma prosperidade coletiva dos povos.
Para uma cooperação estratégica tão estreita, brasileiros e chineses ainda desconhecem profundamente um ao outro. A enorme distância entre os dois países conspirou decisivamente para o fosso cultural ora existente, que traz certas incompreensões e alguns problemas desnecessários para as de outra forma excelentes relações bilaterais.
Assim, impõe-se seja colmada a lacuna do desconhecimento recíproco, de maneira a se assegurar a crescente continuidade das boas relações entre o Brasil e China para as próximas décadas. Dessa maneira, juntos, ambos os países poderão contribuir decisivamente para a prosperidade econômica e desenvolvimento social de seus povos, ao mesmo tempo em que trarão um impulso para a paz e a causa da Justiça nas relações internacionais.
O Instituto Confúcio na UNESP promove uma ação decisiva para a promoção do conhecimento sobre a China, sua língua, cultura e valores, no Brasil, ao mesmo tempo em que abre canais de cooperação para a promoção da cultura brasileira na China.
Estão, portanto, de parabéns os companheiros e companheiras da Universidade de Hubei, os amigos e amigas da UNESP, por todas as conquistas já havidas no curto período de um ano e pela seriedade e competência no trabalho realizado, em prol da mais nobre das causas: a promoção do conhecimento.
Viva o Instituto Confúcio na UNESP.
Advogado admitido no Brasil, Inglaterra e Gales e Portugal. Formou-se em direito pela PUC-SP em 1975. Árbitro do GATT (General Agreement on Tariffs and Trade) e da OMC (Organização Mundial do Comércio), e professor de direito do comércio internacional na pós-graduação da Universidade Cândido Mendes (RJ).