Exmo. Dr. Durval Noronha
Ilustres convidados, Caros amigos,
Senhoras e Senhores,
Boa Noite.
É uma grande satisfação para mim e para meus colegas termos oportunidade de participar do Evento "Noite da China", realizado por Noronha Advogados hoje à noite. Gostaria de manifestar os nossos agradecimentos a Noronha Advogados por seu afetuoso convite e formular os votos de que o evento consiga atingir o objetivo de aumentar o conhecimento e a cooperação mútua. Também aproveito o ensejo para apresentar, em nome do Consulado Geral da República Popular da China em São Paulo, as nossas congratulações a Noronha Advogados pela abertura do escritório na cidade de Shanghai na China.
Este ano é o primeiro do novo século. No momento em que a China aderiu à Organização Mundial do Comércio, Noronha Advogados abriu seu primeiro escritório em Shanghai. Trata-se de uma iniciativa criativa de longa visão e um comportamento de sensatez, tendo iniciado o primeiro exemplo de cooperação sino-brasileira na área de advocacia e dando, com certeza, apoio e ajuda ao desenvolvimento da cooperação econômica e comercial entre a China e o Brasil.
Estou convencido de que o escritório de Noronha Advogados em Shanghai, como primeiro escritório de advocacia dos países da América do Sul na China, contribuirá com esforços próprios para cooperações, tanto sino-brasileiras como sino-latino americanas.
No dia 11 de dezembro, daqui a uma semana, a China se tornará um membro da OMC, gozando dos direitos fundamentais e dos deveres estipulados, tal como os outros países membros em desenvolvimento. A adesão da China à OMC constitui um acontecimento que chama a atenção do mundo e tem significado importante, não só para a política, economia e diplomacia chinesa, mas também para as relações econômicas e políticas internacionais. À medida que passa o tempo, a influência positiva e o significado profundo do ingresso da China na OMC poderão revelar-se cada vez mais.
A entrada da China na OMC mostra a decisão e a convicção do governo e do povo chinês no sentido de se adaptarem à tendência mundial de globalização econômica. As negociações sobre a adesão chinesa levaram mais de 15 anos. Apesar das duras e prolongadas negociações e das enormes pressões sofridas, a China nunca mudou sua firme decisão e convicção de ingresso na OMC.
A entrada da China na OMC é um resultado histórico e lógico de aplicar a política de abertura ao exterior e de reforma econômica. Sem a abertura ao exterior de mais de 20 anos, não há negociações sobre retorno da China ao GATT nem a sua adesão à OMC. Sem os sucessos da reforma econômica e da abertura ao exterior de mais de duas décadas, não há a conclusão histórica do processo de ingresso da China na OMC.
A adesão da China à OMC representa sua atitude ativa de participar da competição e da cooperação internacional. A entrada da China na OMC é por necessidade de seu próprio desenvolvimento. Ao mesmo tempo, a OMC também precisa da sua participação. Durante os últimos vinte anos, a taxa de crescimento econômico da China manteve-se em 9%. O desenvolvimento do comércio exterior e dos investimentos estrangeiros mereceram atenção maior. Este ano, embora a taxa de crescimento da economia mundial esteja reduzindo, a China conseguiu manter uma tendência excelente de crescimento. De janeiro a setembro, o PIB da China cresceu 7,6% e será de 7,5% em todo o ano. O volume total de importação e exportação da China de janeiro a setembro atingiu US$ 376,37 bilhões, do qual US$ 181,39 bilhões de importação e US$ 194,98% bilhões de exportação, crescendo, respectivamente, 11% e 7%, e será mais de US$ 500 bilhões em todo o ano. Nos três semestres, a China recebeu 32,2 bilhões de dólares de investimentos estrangeiros, 20,7% a mais do que no ano 2000. As reservas internacionais da China já chegaram a mais de 200 bilhões de dólares. Baseada em uma boa situação macroeconômica, a China certamente tem a capacidade e a condição de se tornar num membro da OMC e de enfrentar os desafios após a entrada. O desenvolvimento da China precisa do mundo e o desenvolvimento mundial também precisa da China. Todo o mundo poderá chegar a essa conclusão.
Com a adesão à OMC, China entrará numa nova etapa de "Reforma e Abertura ao Exterior" e participará mais ativamente das cooperações econômicas internacionais. A futura abertura da China será em todas as áreas e será mútua entre os membros da OMC. O ambiente externo econômico da China será aperfeiçoado. A participação da China no comércio mundial é de 3,5%. Está previsto um aumento para 7% nos próximos dez anos. Com o ingresso da China na OMC, a taxa de crescimento econômico anual aumentará 0,5% e a dimensão do recebimento do investimento estrangeiro da China manterá o nível de quarenta a cinqüenta bilhões de dólares.
Sendo o maior país em desenvolvimento, com 1/5 da população mundial, ocupando o 7º lugar no ranking mundial de PIB, a adesão da China na OMC completará o sistema de comércio internacional multilateral. Na ocasião da realização da Rodada de Doha, uma China, com grande potencialidade e excelente perspectiva de desenvolvimento, poderá desempenhar um papel construtivo com especial influência forçando o poder dos países em desenvolvimento e levando a voz dos países em desenvolvimento aos negócios internacionais multilaterais, impulsionando o sistema de comércio internacional multilateral num sentido mais justo, mais razoável e com mais igualdade.
Estou certo de que a entrada da China na OMC oferecerá uma boa oportunidade e excelentes perspectivas de desenvolvimento para futuras cooperações econômicas e comerciais entre a China e o Brasil. A China e o Brasil são dois maiores países em desenvolvimento, situando-se respectivamente nos hemisférios leste e oeste e economicamente possuem boa compensação mútua. De janeiro a outubro deste ano, o volume comercial entre a China e o Brasil já chegou a US$ 3 bilhões, tendo um aumento visível em comparação ao ano passado. O superávit do Brasil chegou a US$ 800 milhões. Entretanto, o valor comercial sino-brasileiro ainda está em um nível baixo. A adesão da China à OMC, sem dúvida, dará uma ótima oportunidade para nossos dois países. Estou convencido de que, se os governos e os empresários dos dois países aproveitarem bem a oportunidade, fizerem esforços conjuntos, aumentarem a compreensão, reforçarem contatos e superarem obstáculos, o comércio sino-brasileiro terá condições de aumentar uma vez ou duplicar em pouco tempo. O Consulado Geral da China envidará todos os seus esforços para promover a realização desta meta.
Para terminar, agradeço mais uma vez pela realização do evento. A China tem um provérbio: "olhar uma vez vale mais do que ouvir mil vezes". Espero que os amigos presentes tenham a oportunidade de visitar e conhecer a China.
Muito obrigado.