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O Instituto Confúcio na Unesp celebrou nesta quinta-feira (12 de novembro) o seu
primeiro ano de atividades em evento realizado no auditório da Editora Unesp, em São
Paulo. Pioneiro do gênero no Brasil, o projeto é resultado de um convênio entre a
Unesp e o governo da República Popular da China, com parceria da Universidade de
Hubei.

Instalada na Praça da Sé, a entidade estabeleceu uma nova etapa nas relações
sino-brasileiras, com novas formas de cooperação cultural, acadêmica e científica
entre os dois países. "A criação do Instituto Confúcio na Unesp foi saudada em
comunicado conjunto dos dois presidentes por ocasião da visita de Lula à China, em
maio deste ano", lembrou o diretor-executivo da entidade, Luís Antonio Paulino. "Já
são mais de 160 alunos nos cursos de mandarim realizados na sede em São Paulo e nas
unidades de Marília e Santos, além de inúmeras atividades culturais", apontou.

Para o embaixador da China no Brasil, Qiu Xiaoqi, "as relações entre os dois países
está vivendo sua melhor fase dos últimos 60 anos", disse ao destacar que, só neste
ano, os presidentes dos dois países já se encontraram quatro vezes, o que demonstra
a extrema confiança bilateral. Além disso, desde março deste ano, a China se tornou
o principal parceiro comercial do Brasil. "Apesar desta proximidade, ainda há um
enorme fosso cultural a ser transposto, e é essa a missão que o Instituto Confúcio
na Unesp está exitosamente realizando", saudou o embaixador.

Para a Unesp, "é uma satisfação ser a pioneira em sediar uma unidade do Instituto
Confúcio no Brasil", afirmou José Castilho Marques Neto, diretor-presidente da
Fundação Editora da Unesp, a quem o instituto está vinculado administrativamente. Na
ocasião também representando o reitor da universidade, Castilho assinalou o papel da
entidade para o Brasil: "Além de agregar valor à execução do compromisso acadêmico
da universidade, o Instituto Confúcio na Unesp se junta ao esforço maior de nossa
comunidade em promover valores como a difusão da cultura e do conhecimento na
sociedade brasileira."

"A crescente importância da China no cenário econômico e político mundial e, em
particular, nas relações comerciais com o Brasil, tem estimulado a busca cada vez
maior por se conhecer tanto o idioma como a cultura e a realidade daquele país",
destacou o advogado Durval de Noronha, presidente do Conselho de Amigos do Instituto
Confúcio na Unesp, integrado por representantes de diversos setores da sociedade
civil e responsável por fortalecer os laços de cooperação com a comunidade. "Esta
cooperação é, portanto, estratégica para os dois países", reiterou Gao Tianqiong,
responsável pelo Departamento de Relações Internacionais da Universidade de Hubei
(China).

Coral alunos do Instituto Confúcio

O evento também teve caráter cultural. O público pôde apreciar a exposição Um
caleidoscópio da China: reflexos do estilo de vida chinês moderno, com mais de 60
fotos que retratam a realidade atual do país, além da apresentação da tradicional
dança do leão e do coral dos alunos da unidade de São Paulo, que cantou músicas
chinesas.

Projetos para 2010 – No campo do ensino, está prevista a instalação de novas turmas
de língua chinesa, com início em fevereiro e em agosto, além de aulas individuais ou
in-company. Serão abertas também novas unidades no Instituto de Biociências, Letras
e Ciências Exatas, no câmpus de São José do Rio Preto, e no Instituto de Artes, no
câmpus da Barra Funda, em São Paulo. Para atender a essa demanda, estão sendo
recrutados mais quatro professores da China. "Poderemos também abrir unidades em
outros câmpus da Unesp que tiverem interesse", oferece o diretor da entidade, Luís
Antonio Paulino.

A programação também inclui treinamento em português para professores chineses, com
1.100 horas de duração, além do oferecimento de bolsas de estudo na China, para
aperfeiçoamento da língua, cursos de graduação, mestrado e doutorado.

Na área cultural, serão realizados cursos de história da arte chinesa, exposição
sobre o teatro de sombras, a segunda edição da mostra de cinema chinês, cursos sobre
culinária chinesa, medicina tradicional e aulas de Tai Chi Chuan.

Na área de negócios, comércio e investimentos, serão também oferecidos cursos sobre
o ambiente de negócios na China, destinado principalmente a pequenas e médias
empresas, estudantes e pesquisadores interessados em conhecer aspectos econômicos,
culturais e legais da China moderna.

Publicação de livros – A Editora Unesp irá publicar, a partir do próximo ano,
clássicos da literatura chinesa. "Vamos começar com a tradução inédita dos originais
chineses de Os anacletos de Confúcio", anunciou Paulino. As obras de autores
brasileiros também serão traduzidas para o mandarim, estreando com o livro Formação
do império americano, do cientista político e historiador brasileiro Luiz Alberto
Moniz Bandeira.