Estudo do escritório Noronha Advogados aponta que pode estar havendo um aumento do protecionismo da Argentina em relação às importações de produtos brasileiros. O país abriu 12 investigações antidumping até junho de 2006, das quais 6 contra o Brasil, o maior número anual registrado desde a criação da Organização Mundial de Comércio (OMC), em 1995.

Nesse período, o País tem alternado com a China o primeiro lugar como destino das investigações e de aplicação de medidas antidumping realizadas pela Argentina, embora o dragão asiático seja líder absoluto no ranking da OMC em ambos os casos, enquanto o Brasil ocupa a décima e a oitava posições, respectivamente. No consolidado dos últimos 12 anos, o total de questionamentos envolvendo importações chinesas ficam pouco à frente das brasileiras: foram 47 e 36 investigações (das 209 abertas pelo país vizinho no período) e 34 e 29 medidas (de 149 aplicadas pelo país).

Esses números representam mais de 40% do volume de investigações e medidas antidumping sofridas pelo Brasil a partir de 1995 ? 87 e 69, respectivamente. ?Observamos que o número de investigações vinha caindo a partir de 2002, mas deu um salto no ano passado, mostrando que existem sérias dificuldades no Mercosul na intenção de acabar com as medidas antidumping?, comenta Carolina Monteiro de Carvalho, sócia da Noronha Advogados responsável pelo estudo.

Por outro lado, em 2006, das 18 investigações abertas pelo Brasil, 15 foram contra a China e nenhuma contra a Argentina. Segundo ela, não houve nenhum fator específico que justificasse um maior ímpeto protecionista em relação ao Brasil na comparação com a China. ?Ao que parece, a economia argentina voltou a crescer e a maior preocupação é sua posição dentro do Mercosul?, avalia. Os dados analisados pelo estudo constam das estatísticas da OMC e das autoridades de comércio exterior do Brasil e da Argentina.