Lançado pela Aliança Brasileira, o Projeto Reciprocidade luta para não separar as famílias.

A Aliança Brasileira (ABE) em Hartford, Connecticut, lançou no início do mês passado o Projeto Reciprocidade, com o objetivo de estabelecer um critério uniforme entre Brasil e Estados Unidos sempre que a estabilidade econômica e emocional de uma criança estiver em jogo. A brasileira Eva Tatiana Bastos, 35, virou o símbolo da campanha.

Em 1995, Tatiana entrava nos EUA pela fronteira do México. Presa pela imigração, assumiu o compromisso de comparecer à corte meses mais tarde, o que não aconteceu porque ela estava grávida. Os outros dois filhos também nasceram nos Estados Unidos.

Tatiana, que é casada com um brasileiro com cidadania americana, foi parada por um policial em janeiro deste ano. Como tinha ordem de deportação, foi algemada e presa na frente dos filhos. Voltou para o Brasil no início do mês passado. As crianças, que tem 13, 9 e 8 anos, estão morando com ela.

A partir desta história, a ABE lançou o Projeto Reciprocidade no dia 5 de março último. De acordo com o Estatuto dos Estrangeiros no Brasil, estrangeiros que tenham filhos nascidos no país e que sejam casados com um (a) brasileiro (a) não podem ser expulsos do país. Através do projeto, a ABE solicita que o governo americano aja da mesma forma para com brasileiros como Tatiana.

Segundo a diretora executiva da ABE, Abigail Amorim, Tatiana estaria sendo assessorada pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE), o qual teria recebido uma carta da organização, enviada diretamente ao Presidente Luis Inácio Lula da Silva. Ainda segundo Abigail, existem muitos brasileiros sendo deportados, deixando os filhos aqui. A carta foi enviada ao presidente brasileiro na época em que esteve visitando o presidente Obama.

Primeiros passos

Abigail tem ciência de que não será fácil e disse que existe muito trabalho pela frente. Para ajudar no processo, a ABE está contando com o advogado Durval de Noronha Goyos Júnior, renomado profissional que atua no mundo jurídico brasileiro e internacional. Noronha pretende facilitar a negociação entre autoridades brasileiras e americanas envolvidas na questão.

O primeiro passo será um estudo demográfico da comunidade brasileira de Connecticut, que será entregue ao advogado Noronha. Mais depoimentos semelhantes à história de Tatiana estão sendo recolhidos na igreja católica de Hartford. Conforme Abigail, Tatiana está muito feliz em ter se tornado símbolo do projeto. Ela acha que o caso dela pode ajudar outros brasileiros.

http://www.comunidadenews.com/imigracao/projeto-de-organizacao-de-connecticut-tem-brasileira-deportada-como-simbolo-4834