São Paulo – No dia 24 de julho próximo passado, foi assinado na cidade de São Paulo um importante convênio entre a Unesp (Universidade Estadual Paulista) e o governo da República Popular da China para a instalação do primeiro Instituto Confúcio no Brasil, a se situar na cidade de São Paulo, na Praça da Sé, com o início de atividades previsto para o mês de novembro de 2007.
Na solenidade realizada para a assinatura respectiva, a República Popular da China fez-se representar pelo seu embaixador, senhor Chen Duqing, ao passo que a Unesp foi representada pelo seu reitor, o professor Dr. Marcos Macari.
O propósito do Instituto Confúcio é o de intensificar as já bastante profícuas relações de amizade e cooperação entre o Brasil e a China através da promoção do entendimento e compreensão intercultural entre os dois países, mediante a promoção de cursos de língua e cultura chinesas. O governo chinês já doou uma biblioteca básica para o início das atividades com cerca de 3.000 volumes e também irá disponibilizar professores de mandarim para o ensino de estudantes brasileiros, bem como o apósito material didático.
Conforme mencionado pelo professor Luís Paulino, na solenidade de assinatura do convênio, dentre os objetivos do Instituto Confúcio na Unesp estão: 1) o treinamento de professores para ensinar o chinês em escolas primárias, ensino médio e ensino superior; 2) a administração do teste de proficiência chinesa e testes para certificar a habilidade para o ensino; 3) o ensino do Mandarim técnico para diversas áreas acadêmicas e científicas; 4) o patrocínio de atividades acadêmicas e culturais chinesas; 5) a exibição de filmes e de programas da televisão chinesa; 6) servir como instrumento de informações para os brasileiros que desejem estudar na China.
O primeiro Instituto Confúcio no Brasil é uma iniciativa altamente meritória do ponto de vista estratégico para, ao promover a cultura Chinesa, diminuir o déficit de conhecimento que temos para com o importante país asiático, e bem assim estimular a maior e mais eficiente cooperação entre agentes econômicos e políticos dos dois países para benefício recíproco dos respectivos povos. De fato, é sabido que a maior dificuldade para o adensamento das relações econômicas bilaterais entre Brasil e China é o desconhecimento mútuo.
Os agentes econômicos chineses, por muitos anos isolados do mundo, têm como padrão um referencial internacional baseado na situação existente nos EUA (Estados Unidos da América), o que em muitos casos mais dificulta do que facilita uma colaboração mais estreita com outros países, notadamente com o Brasil, um país como sabemos idiossincrático em muitas de suas características. Por sua vez, os brasileiros tomam como paradigma internacional também predominantemente os EUA, um país com muito pouco em comum com a China.
Espera-se agora que o governo brasileiro tenha uma iniciativa semelhante na China para a promoção da formação cultural e acadêmica a respeito do Brasil, de tal forma a contribuir para a diminuição do déficit de conhecimento existente a respeito de nosso país. Mais ainda, é de se esperar que o número de unidades do Instituto Confúcio no Brasil seja ampliado e que novos acordos sejam feitos com outras universidades brasileiras.
Quarta-feira, 30 de julho de 2008
Advogado admitido no Brasil, Inglaterra e Gales e Portugal. Formou-se em direito pela PUC-SP em 1975. Árbitro do GATT (General Agreement on Tariffs and Trade) e da OMC (Organização Mundial do Comércio), e professor de direito do comércio internacional na pós-graduação da Universidade Cândido Mendes (RJ).