Em Julho de 1982, Noronha advogados inaugurou seu primeiro escritório internacional em Miami, Flórida, nos estados unidos da américa (eua). a firma, fundada em 1978, buscava alternativas para o desenvolvimento de negócios além do mercado doméstico, que tinha a participação do Estado em aproximadamente 70% do PIB do Brasil. Como resultado da política vigente, a firma, do início, renunciara servir o setor da economia estatal, de forma a evitar apoio indireto à Ditadura Militar que assolava o país naqueles anos sombrios.
Na época, os EUA era o maior parceiro comercial do Brasil, e a Flórida tinha um número de vantagens além de outro estado, como menor distância, menores custos e uma comunidade latina bem estabilizada. Tais características tornaram-se tanto claro e determinante nos anos seguintes, mas naquela época, o interesse do Brasil no sul da Flórida era um tanto insignificante.
Varig estava lá. O Banco do Brasil estava lá. Assim como o Banco Nacional e Banco do Estado de São Paulo. Chegou, então, Noronha Advogados. Em 26 de julho de 1982, o jornal Miami Business publicou uma manchete intitulada “Firma brasileira de Advocacia estabelece precedente, inaugura escritório de Miami”. O artigo tinha uma foto de Lawrence S. Evans, sócio residente local de Noronha Advogados em Miami, embora não esteja mais com a firma.
No artigo, lê-se: "A perspectiva das filiais de escritórios de advocacia, de países que representam os principais parceiros comerciais de Miami, na Brickell Avenue, pode, no entanto, parecer irrealista. Mas o panorama pode mudar, dependendo do sucesso "do empreendimento.” Lawrence Evans testará as águas para sua sociedade de advogados, mas também para outros escritórios de advocacia em todo o mundo cujos clientes realizem negócios em Miami. Acredita-se ser a primeira filial de um escritório de advocacia fora dos EUA a se estabelecer em Miami".
Além do mais, o artigo cita a seguinte declaração do sócio sênior, Durval de Noronha Goyos: “Noronha espera que sua firma em Miami seja observada de perto pelos escritórios de advocacia em outras nações. Se bem sucedido, ele acredita que firmas de outras nações começarão a enviar advogados à Miami, ou contratá-los de firmas em Miami”.
Noronha Advogados foi a primeira firma internacional a abrir presença comercial na Flórida e a primeira firma latina e primeira brasileira a se estabelecer nos EUA. Por 15 anos, Noronha Advogados foi a única firma brasileira de advogados nos EUA. O início antecipou inclusive a prática estrangeira legal na Ordem dos Advogados da Flórida por vários anos. Antecipou ainda o modelo legislativo da American Bar Association (ABA) por um longo período.
Com o sucesso adquirido, a firma sofreu discriminação regulatória na Flórida, mas a experiência permitiu que Noronha Advogados construísse sua prática internacional. Em 1986, a firma abriu o escritório em Londres, novamente a primeira presença brasileira no Reino Unido. Em 1987, a firma iniciou sua atuação em Lisboa, Portugal, mais uma vez pioneira. Em 1988, a firma abriu franquia na Suíça, a primeira firma estrangeira de advogados em Zurique.
Em 1996, o grande ano de inicio do Mercosul, quando o bloco comercial foi criado, s escritórios de Noronha advogados em Buenos Aires foram abertos. Em 1998, os gabinetes de Los Angeles, nos EUA, foram inaugurados com recepção no Beverly Hills Hotel. Em 2001, iniciaram-se os escritórios em Xangai, a primeira firma latina de advogados na China, seguido de um escritório em Pequim mais recentemente. Nos últimos dois anos, foram criados escritórios em Johanesburgo e Nova Déli.
Assim, Noronha Advogados se tornou a primeira firma de advogados global oriunda de um país em desenvolvimento, pioneira em muitas áreas e uma força em apoio ao Estado de Direito. Das cinco empresas originais brasileiras na Flórida, somente Banco do Brasil e Noronha Advogados permaneceram. O Brasil é atualmente o maior parceiro comercial da Flórida e uma importante população brasileira contribui para o progresso dessa parte do globo.
Advogado admitido no Brasil, Inglaterra e Gales e Portugal. Formou-se em direito pela PUC-SP em 1975. Árbitro do GATT (General Agreement on Tariffs and Trade) e da OMC (Organização Mundial do Comércio), e professor de direito do comércio internacional na pós-graduação da Universidade Cândido Mendes (RJ).